Técnica

A partir de uma ação preventiva devidamente técnica, é possível diminuir a criminalidade a patamares toleráveis pela sociedade, dando-se assim, então, uma melhor atenção à repressão da mesma aos crimes violentos com ou sem organização.

Um ponto importante para se atingir uma boa prevenção por técnica, é utilizá-la estatisticamente na sua forma primária, que reúne os procedimentos de denúncias da sociedade civil nos boletins de ocorrências, que levam a prevenção secundária, diagnosticando e indicando ai, as medidas para uma execução operacional consciente, exercidas pelos agentes da segurança pública, tanto no segmento fardado ou não, pelo que os atos de prevenção extraídos dos dados estatísticos primários, ajudam nossos executivos de todas as esferas, a reabilitarem-se perante a sociedade diante do aumento já quase incontrolavel dos pequenos, médios e grandes delitos.

A estatística real foi criada com base nesta ordenação de idéias, porque na medida em que os trabalhos são empíricos, as possibilidades de sucesso na repressão são diminuídas diante da intensa demanda dos pequenos delitos nas unidades policiais, o que ocasiona um número demasiado de procedimentos aos policiais civis, que acabam atendendo a alguns e não a outros.

Para essa situação corriqueira, a estatística real é o único remédio eficaz que recomendamos, devendo ser utilizada para todos, por comando único, aplicando-se seu resultado de forma integrada. Esta nossa idéia percebo ter sido absorvida, em parte, pelo Governo do Estado, como está enfocado em projeto que tramita na Assembléia Legislativa, que cria o ‘CEI’ (CENTRO ESTRATÉGICO INTEGRADO), que nada mais é que nossa estatística real, idealizada e implantada pela Polícia Civil, aquela acionada ou decodificada pelo tombo único, também de nossa autoria, que com sua utilização, passou a diferenciar o que se deve considerar como procedimentos preventivos primário e secundário e os fatos sociais que o são.

Como se vê a possibilidade de controlarmos a criminalidade em patamares aceitáveis pela sociedade, diante da prevenção técnica, via tombo único e estatística real, é exeqüível, vez que a mesma, quer do mundo marginal (BANDIDO POR OPÇÃO), quer como produto das pequenas mazelas produzidas pela desestruturação da sociedade (Brigas, lesões leves, ameaças, etc), viabilizada pelo desarmamento dos espíritos através de técnicas, tanto sociais como repressivas, que estão contidas nos boletins de ocorrências policiais; razão pela qual não faz sentido o empirismo continuar norteando as ações de Polícia preventiva em território brasileiro.

JOÃO MORAES: Ex-Delegado Geral de Policia, Professor e Especialista em Segurança Pública.