Triste aniversário das policias

Ter que derramar lágrimas em vez de dar demonstrações de alegria em pleno aniversário das polícias Civil e Militar foi algo que a mim de pronto levou-me a demonstrar aspecto revelador de mágoa e aflição em total solidariedade a todos nós profissionais da área de segurança Pública.

Infelizmente foi o que no momento pude fazer além de rezar para Deus despertar nossos governantes para um olhar mais aprofundado para os servidores das polícias em relação aos seus direitos continuamente esquecidos no poder passageiro dos políticos.

Esse aniversário de 21 de abril de 2010 é sem dúvida uma coleção de muitos volumes de desrespeitos praticados contra os policiais que já presenciei, em especial contra os civis, quase todos praticados pelo senhor Puty, a quem presenciei gritar – vão trabalhar, quando estávamos reivindicando melhorias para matar a fome que já se instalou nos lares de muitos dos profissionais que se manifestavam em frente à Seccional São Brás quando ouviram comigo tamanho desrespeito aos policiais do Estado do Pará.

Deturpando aquele senhor a beleza do nosso hino? Que diz em sua bela letra – “Polícia civil cidadã. Carrega na alma a missão. No fundo das dores. Transforma em flores. As marcas da dedicação. Oficio que se engrandece. Em busca de um outro servir. Velando os direitos. Guardando seus feitos. No presente e no porvir. Segue escrevendo a história. Bem-vinda um dia será. Quem honra a tua glória. Pois fica a memória. De alguém para contar. Amiga Polícia Civil. A vida inspirou a missão. Do mal combater e bem respeitar. Todo e qualquer cidadão. E proteger quem precisar. Seja um simples coração.”

Nada, portanto, foi deturpado pelos policiais ao reivindicarem seus direitos, como quis demonstrar o senhor Puty com sua infeliz frase supramencionada, pois, esse Hino, que tive a honra de ajudar a construir inserindo pequena frase na poética letra apresentada pelo poeta e Delegado Luiz Paulo Galrão, convertida em musica por Alcir Guimarães, além de tê-lo tornado oficial, Jamais será atingido por quem nunca entendeu do servir policial. Perguntei-me então, terá sido o atual governo quem fez chorar a família polícia, a sociedade, o senhor Puty, ou nós os policiais.

Acredito que culpa maior venha dos governantes, tanto do passado como do presente, já que a categoria, que não se une em torno de suas necessidades, e por isso, vêm demonstrando ao longo de tantos anos de abandono porque passam aos governantes, humildade demasiada, ao aceitarem quase que pacificamente as migalhas determinadas. Tudo por falta de visão alargada de sua própria força como categoria em conquistar direitos se unida estivesse para se representada por gente que goste da gente.

Por isso mesmo fazem os policiais do Estado do Pará jus aos seus maravilhosos hinos aqui representados pelo o da Polícia Civil ao procurarem sempre sem observarem governo atender primeiramente suas missões, e somente depois das mesmas lutarem por melhor situação funcional e familiar, essas, sempre abandonadas a um segundo momento.

Então, por que tratá-los tão distantemente das demais categorias que sabem se organizar e pressionar para garantir direitos que o Estado se nega a cumprir vergonhosamente aos trabalhadores em especial aos policiais. Querem nossos governantes, que os policiais saiam do valor de sentimento tão belamente demonstrado por seus hinos e procurem conhecer de forma mais detalhada os exemplos reivindicatórios dos procuradores do Estado que tudo que querem conseguem, pois sem eles o Estado fica sem defesa, ou os projetos do MP e TJE que sempre são lembrados sem problemas maiores no Legislativo, ou os dos Defensores Públicos (mas recentemente), que merecidamente conquistaram direitos, sem se falar dos incansáveis colegas fazendários e tantos outros que sabem orquestrar os bons caminhos ainda não utilizados pelos policiais para garantirem conquistas por amor à missão.

Senhor Puty, quando não se sabe o que dizer é melhor ficar calado. Já que sua oratória aos delegados na festa da Adepol (que pela primeira vez não pude comparecer) foi de certeza oficial, já que o senhor era o chefe da casa civil e segundo meus colegas tudo foi gravado, ou o senhor não se lembra? O que aconteceu depois da festa? O senhor conversou com a Governadora? e, ela lhe trouxe a realidade dela? e o senhor ficou sem saber o que fazer? Poderia então ter procurado a Adepol e tornado inteligível os fatos novos.

Senhora Governadora permita-me, não acredito que a senhora tenha culpa por conta do compromisso de seu ex-chefe da casa civil, pois, não sei se o mesmo falou ou não com o seu aval político aos delegados, mais a senhora pode sim resolver o problema conversando sem intermediários com os representantes da Adepol, do Sindelp e do Sindipol, ou mesmo, mandando cumprir a decisão judicial, que manda reativar o direito liquido e certo dos delegados quanto isonomia. Isonomia essa que foi a única no Brasil, que não pôde ser extinta pela emenda constitucional nº. 41 por ter tido o julgamento da decisão que conferiu o direito, transitado em julgado, o que garantiu força a decisão judicial prolatada em favor dos delegados, e que se encontra adormecida no gabinete do presidente do STF o ministro Gilmar Mendes.

Governadora acredite os policiais com raríssimas exceções ganham muito pouco diante dos riscos que enfrentam e a senhora já declarou isso. Certamente a senhora também sabe que partes dos problemas que enfrentamos na esfera da criminalidade também são motivados por essa condição financeira vergonhosa por que passam os policiais do Pará, que sem perceberem e pela perda de união em garantir seus direitos, já se encontram de greve invisível ao longo dos últimos 15 anos é, só visitarmos nossos índices de criminalidade.

Acreditem meus amados paraenses, investimento sem humanização interna não serve para nada. Devemos colocar a gestão de segurança em xeque, mais para tanto, se torna necessário que se garanta os direitos e deveres dos policiais como especialíssimos e, por isso mesmo diferenciados, mas cobrados com todo rigor, se assim for é só aguardar novos resultados que certamente todos irão gostar.

Sei do que estou falando ao escrever, e posso provar. O povo quer resultados e sabe muito bem da greve invisível que vem se acentuando, e a senhora Governadora tem condições de acabar com a mesma.

Mande pagar o que é de lei aos Policiais em visão isonômica com as demais carreiras jurídicas, estendendo a todas as categorias das instituições de segurança os seus direitos.

E espere para presenciar o índice de criminalidade realmente em decréscimo acentuado e a sua popularidade em crescente vantagem social.