Um recorde trágico

Os profissionais da área de segurança sejam: policiais civis federais e estaduais, rodoviários ou militares de a força auxiliar (PMs) os bombeiros, os homens das forças armadas (exercito, marinha e aeronáutica), os guardas municipais, os vigilantes noturnos, os detetives, todos os colegas da perícia técnica, os agentes comunitários de segurança, os seguranças das empresas privadas, têem como essência um desejo muito simples: “oferecer segurança”.

A sociedade tinha uma esperança: “viver interligada pela paz social”. E o Estado por amor ao poder real (PODER ECONOMICO) vive o pesadelo de uma sociedade que não confia mais como antes, no executivo, legislativo e judiciário. E por isso a imensa maioria dos brasileiros vive sem segurança e, é claro, sem paz social. Hoje, os profissionais de segurança e o aumento da criminalidade fazem parte do nosso dia-a-dia, isso porque o tempo em que os profissionais de segurança e a sociedade deveriam ter sido levados a serio ficou perdido e esquecido num passado muito distante.

A incidência criminal aumentou, o valor da vida banalizou-se, o profissional de segurança ficou sem classe social definida e está na grande maioria perto da linha dos excluídos socialmente alguns ate dentro.

Hoje vivemos uma nova realidade social que obrigará (querendo ou não) o governo a criar um sistema ou uma agência nacional que regulamente as ações em defesa do cidadão na área de segurança e que deixe o homem de segurança ter “tudo-em-um” só sistema que incorpore os direitos e deveres de sua atividade. As possibilidades de sucesso nas ações integradas ou não, unificadas ou não, chegarão ao povo brasileiro. Entre elas a alta estima do profissional do mundo da segurança perdido no tempo e no espaço por força da desajustada estrutura do poder estatal que se encontra na UTI por sua relação com o poder real.

As famílias dos profissionais de segurança na sua maioria retornarão ao sonho, já sem expressão, na certeza de realiza-lo, popularizando o bem servir do (a) companheiro (a) tanto no lar como no ambiente de trabalho.

Os profissionais de segurança do Brasil chegaram a descer socialmente cinco vezes mais que qualquer outro profissional brasileiro, um recorde trágico. Ao longo desse tempo a criminalidade brasileira cresceu muito. Cresceu pouco o conceito do homem de segurança com raras exceções, por isso, os marginais ficaram mais audaciosos, mas os profissionais de segurança não perderam a esperança de ter acesso ao respeito que merecem. O que não atenderia hoje à demanda social ao índice de criminalidade, mas afetaria um dos fatores que contribuem para a sua escalada, ou seja, a indiferença por parte de alguns ao fato criminoso motivado pela própria insegurança estabelecida pelo Estado Brasileiro em relação ao profissional das áreas de Segurança.

Segurança Pública em todos os níveis navega na rede das mazelas sociais (guerras, assaltos, homicídios, brigas, lesões corporais … etc.). Lembramos que os profissionais de segurança com um pouco mais de efetivo reconhecimento do seu verdadeiro valor para a sociedade se tornarão nos primeiros investidores da vocacional tarefa de bem servir sem olhar a quem, e procurarão está cada dia mais próximo do povo na hora do desempenho da função, muitas vezes sem volta ao lar, por ter sido morto em combate por amor ao próximo e pela sobrevivência dos seus dependentes ficando seus familiares sem o devido apoio social.

Esse descaso leva os profissionais da área de segurança a não confiarem em seu próprio patrão. Diante do total desinteresse do Estado Brasileiro, ate para as reivindicações mais simples, como um confiável plano de saúde , aos titulares e seus dependentes.

JOÃO MORAES: Ex-Delegado Geral de Policia, Professor e Especialista em Segurança Pública.