Unificação Policial

Não resta qualquer resquício de dúvida, de que a unificação das polícias deve ser feita lentamente. “Essa lentidão não pode entretanto, ser prejudicadora do processo e nem pode a unificação ser realizada por decreto determinador da união das polícias Civil e Militar. Convictos estamos ser preciso, de forma comum, começar a utilizar nas instituições de segurança, um único serviço de inteligência, como inicio de um processo, para que, ao final do mesmo, se chegue à tão sonhada unificação, importante para todos nós, pela sua simplificação e fomentação para a criação de um combate mais eficaz ao crime organizado”.

Uma única instituição representará motivo de orgulho aos brasileiros que, freqüentemente, demonstram já ter perdido a confiança em quase tudo. Mesmo assim, as instituições precisam ser reestimuladas por toda a Nação. Para essa tarefa, e outras, o novo não pode esperar. Reorganizar, inclusive com uma reestrutura e reinvestimento emocional e técnico as academias de polícias, é a certeza de um novo amanhã.

Sobre a possibilidade concreta e imediata de uma ação comum, para que as duas polícias trabalhem em coordenação integrada, é pura maquiagem, principalmente quando se fala em crime organizado.

Afirmo não acreditar que no Brasil se tenha treinamento constante para o combate à criminalidade urbana em técnica de tempo real. Aqui, apenas, usamos outras formas, como as forças tarefas, a união de vários grupos, e o combate isolado com informação e inteligência, as únicas maneiras efetivas de se combater o crime organizado realizada por uma minoria de abnegados homens da Lei.

Ressalto, ainda, que a reforma das polícias tem de ser meta política de primeira grandeza. “Ela é fundamental para trazer as populações para dentro da luta pela cidadania plena, o que é, essência de sobrevivência para a segurança pública, porque, só a certeza de uma resposta rápida, intimida a criminalidade é também pela rapidez com qualidade, ponto de partida para acabarmos com a morosidade de todos nós do mundo da segurança. É preciso, portanto, de uma reforma de base”.

De acordo com o verdadeiro processo histórico de unificação das polícias no mundo, o Poder Judiciário, com uma justiça rápida, acessível, próxima do povo e capaz de compreender e decidir rapidamente os novos e complexos problemas de uma sociedade, é a esperança do povo e das polícias.

Porém, no Brasil considerar ser a segurança pública uma prioridade, e a reforma da estrutura do Poder Judiciário, uma realidade, é sonhar por mais uns vintes anos. Espero!

JOÃO MORAES: Ex-Delegado Geral de Policia, Professor e Especialista em Segurança Pública.