Violência tem remédio

Somente com mobilização nacional, para a criação de um grande fórum permanente entre os centros comunitários da Nação Brasileira, as instituições governamentais e as ONGs, aparecerá o remédio contra a grave “epidemia” de insegurança pela qual passamos nos dias de hoje, por pura falta de ações efetivas, muitas delas, até simplistas, que poderiam ser aplicadas por parte dos desgastados Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

Muitos dos homens e mulheres honrados desses poderes até que tentam concretizar ações moralizadoras. Mas, infelizmente, as forças ocultas sempre surpreendem a todos, com os gritantes retrocessos nas ações humanistas daqueles, por força do já famoso “manda quem pode e obedece quem tem juízo”, exemplos cristalinos são as instituições de Segurança Pública do Brasil. Estas, sem independência são praticamente obrigadas a seguir o pensamento autoritário de alguns dos executivos do escalão dito superior, que quando são contestados, de imediato substituem o contestador por quem obedeça mesmo que exista erro na orientação.

Mata-se demais no Brasil, tanto no mundo marginal (pessoas que optaram por viver do crime), como no mundo dos criminosos sociais (pessoas que por vários motivos sociais do nosso dia a dia cometem crimes que não queriam cometer).

As drogas lícitas como o “álcool”, bem como a falta de esperança emocional por causa da exclusão social, já quase sem controle, são os dois fatores que mais contribuem para o crime do homem de bem que são a maioria. Como os homicídios culposos, os de violenta emoção, as lesões corporais de todas as ordens no trânsito ou não, que aí estão como comprovação da realidade social de todos nós, seja no que restou dos lares ou fora deles.

De nada adianta o reaparelhamento do aparato preventivo e repressivo das instituições policiais, sem que a divisão da renda entre ricos e pobres seja mais justa, para assim diminuir os crimes ocorridos do produto social, que na sua grande maioria são controláveis, quando a população tem assistência medica, educacional, laboral e etc.

Para fazer frente a essas necessidades requer a investidura de um novo grupo de Deputados Federais e Senadores, oriundos verdadeiramente das bases comunitárias. Assim a Segurança Pública, a Saúde e a Educação de todos nós que não somos ricos terão uma Política Pública verdadeira como determina a Constituição Brasileira, a todos da Nação, que envolvidos no dia a dia de nossas vidas pelo voto consciente, devolverão ao poder formal (o Estado), ações multilaterais que apontarão os remédios sociais controladores da fase aguda de nossas mazelas, provocando assim benéficas alterações no comportamento desestruturado de nossos dias, possibilitando, a partir daí, que as polícias possam dedicar-se às pessoas que vivem do crime e para o crime.

Aí caro leitor, o controle da criminalidade será menos penoso, pois os policiais vocacionados, por diminuição acentuada dos pequenos delitos sociais, terão o tempo necessário para os criminosos que vivem do crime por opção própria, por não quererem viver em sociedade organizada para o bem comum, e sim do crime pelo crime. Bem como o policial da retaguarda investigativa poderá dedicar maior atenção aos pequenos delitos sociais, para que os infratores não acabem querendo ser marginal por não acreditar na punição.

A responsabilidade das policiais nas causas da epidemia de insegurança em que vivem todos os Brasileiros, só são existentes em grau elevado pelo acentuado desvirtuamento selvagem das diretrizes institucionais comandadas por força do poder real (poder econômico) diante do poder formal (o Estado) que interfere em todos os níveis da sociedade e isso só se reflete intensamente pela vinculação direta das Instituições de Segurança Pública ao poder Executivo em todos os aspectos. Somente a independência já, das mesmas, com a natural unificação no momento histórico certo, a prevenção e repressão ao crime, estarão livre da incomoda interferência de certos poderosos do Estado (partidário) (corrupto) (omisso) …. em suas ações, quando comandadas por não vocacionados.

Por tudo isso, pugno ao povo do Brasil que seu voto seja de pura consciência comunitária. Pois os homens sérios das polícias que querem a independência das instituições policiais do Poder Executivo bem como a unificação da prevenção e repressão, ficando fiscalizados por um Judiciário independente e específico para o controle das ações policiais.

Só conseguirão melhor servir ao verdadeiro patrão (o povo) se o seu voto caro leitor, for consciente. Se assim não for continuará o poder econômico (poder real) mandando no poder formal (o Estado) que enfraquecido por seus próprios erros decorrentes da falta do exercício do voto consciente como maioria. Continuará tendo que conviver com as migalhas do poder real, que é o maior incentivador do poder paralelo do mundo marginal, desde que esse não passe a incomodá-lo alem do permitido.

O poder real, atual dono do poder formal é o alimento preferido dos que vivem do crime, bem como estimulador das nossas mazelas para manutenção do seu status quo. Saltando aos olhos de todos pela primeira vez em nosso Brasil, por força das mazelas sociais que estamos vivendo, sinais de fraqueza ao seu próprio veneno (mais e mais dinheiro), por isso o seu voto caro leitor se for comunitário, acabará com os Estados paralelos (DO PODER REAL e de seus filhos “OS MARGINAIS POR OPÇÃO, OS CORRUPTOS e OS OMISSOS “ para emergir aquele por todos nós idealizado “ O PODER DO POVO”, somente assim, a violência terá um remédio controlador (O VOTO DO POVO).

JOÃO MORAES: Ex-Delegado Geral de Policia, Professor e Especialista em Segurança Pública.